domingo, 21 de fevereiro de 2016

Alguns bons álbuns de 2015 - Parte III

Finalmente a terceira e última parte da minha lista. Espero que gostem.

Sick Machine - Suicide Pill
O Sick Machine é mais uma prova da qualidade das bandas de power violence australianas. No início de 2015 eles já haviam lançado o Muzzled, mas foi no Suicide Pill que mostraram do que realmente são capazes. Power violence grosseiro, negativo e sombrio para os órfãos do Suffer. A gravação sem qualidade refinada, que parece feita diretamente de um ensaio só contribui para o tipo de som que a banda faz, mostrando mais fielmente a sua essência.

Sickmark - II EP
Meu satanás do céu, que disquinho mais viciante! Se teve um disco deste ano que não conseguia parar de ouvir, foi este segundo EP do Sickmark, banda alemã que faz um power violence mais do que brutal combinando o peso e a intensidade do Sea of Shit com vocais que remetem ao Spazz. Incrível como letras tão negativas e cheias de ódio podem nos empolgar tanto, não é mesmo?

Sin Orden - Ha Llegado El Momento EP
O Sin Orden, de Chicago, é uma das tantas bandas americanas com integrantes de origem latina e que cantam em espanhol. Em 2015 eles resolveram lançar um EP e não brincaram em serviço! A banda está mais violenta e rápida do que nunca, fazendo um hardcore poderoso com os habituais vocais agressivos a lá Los Crudos com letras politizadas principalmente em espanhol. Supimpa!

SPM - Self Titled
Suicide Pact Music, é um power violence com alguma influência de youth crew e, como o nome já deve sugerir, com letras um tanto quanto negativas.

The Afternoon Gentlemen - Self Titled LP
Segundo LP da máquina de destruição em massa britânica The Afternoon Gentlemen, com integrantes do Warboys e Gets Worse, que já conta com inúmeros EPs e splits na carreira, vários lançados pela própria banda. Eles são uma das grandes referências no que diz respeito ao grindcore misturado com o power violence, chamado por alguns de grindviolence. Em 2015 também lançaram um split LP com o Lycanthrophy.

The Coneheads - Selected Ringtones
Umas das novas bandas que têm tido lugar frequente em minhas playlists é o Coneheads. O jovem trio de Indiana toca um punk rock remetendo a um Devo alucinado, com insanos vocais robóticos, guitarra limpa cheia de riffs e solos minimalistas, bateria frenética e um baixo contagiante formando uma mistura altamente viciante. Eles já tem algumas fitas lançadas, sendo a Selected Ringtones de 2015. 

The Flex - Don't Bother With The Outside World EP
Banda de Leeds relativamente nova, formada por integrantes do Closure, Violent Reaction e Perspex Flesh e já com diversos EPs lançados. Eles fazem um som bruto lembrando algo do hardcore oitentista de Boston com New York.

To The Point - Sidetracked Split EP

Nessas minhas listas de melhores do ano algumas bandas já tem um lugar reservado. O To The Point pode-se considerar uma delas. A banda, que é meio que uma extensão do Lack Of Interest, tanto que 3/4 tocam ou tocaram nesta banda e com os vocais urrados de Chris Dodge, e intercalando partes rapidíssimas com outras mais arrastadas . Considero uma das melhores bandas atuais dentro do power violence. Já o Sidetracked, ativo desde o início dos anos 2000, apresenta seis músicas de um fastcore urgente, preciso e quebrado, mantendo muito bem o nível do disquinho.

Torsö - Sono Pronto a Morire LP
Esta banda tem integrantes da Califórnia e Itália - o que justifica o nome da banda e do álbum - com passagens pelo Punch, Holy, Neo Cons, e Ritual Control. Eles tocam um hardcore punk com uma pegada d-beat, agressivos vocais femininos berrados e letras à respeito de feminismo e veganismo. 

Vaaska - Todos Contra Todos LP
D-beat do Texas com integrantes do Hatred Surge, Criaturas, Deskonocidos e Impalers. Eles chegam ao seu segundo LP com 11 músicas executadas com intensidade e perfeição e com destaque para excepcionais vocais em espanhol. Sensacional!!

Vile Intent - Machine Into Flesh Cassete
Após alguns EPs, o Vile Intent, do Canadá, chega ao seu primeiro full length, lançado originalmente em cassete pela própria banda com previsão de sair no formato de LP. Com espaço para mais músicas, aumenta-se a possibilidade delas soarem repetitivas, mas acredito que não seja o caso nestas 17 músicas, ao menos para quem já esteja acostumado com o estilo da banda. Aqui, o Vile Intent segue com o seu característico power violence cheio de quebras de ritmo, sludge e um hardcore furioso com letras críticas e negativas à respeito da humanidade e,  neste registro em especial, tratando dos impacto da tecnologia em nossas vidas. Um grande álbum que mantém a chama do power violence acesa. 

Violent Arrest - Life Inside The Western Bloc CD
O Violent Arrest é uma banda mais do que competente composta por veteranos com passagens por Heresy e Ripcord. Não chega a velocidade do clássico hardcore britânico dos anos 80, mas executam um excelente e muito competente hardcore punk.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Alguns bons álbuns de 2015 - Parte II

Gets Worse - The Blues
Em 2015 o Gets Worse, de Leeds, não estava para brincadeiras, lançando três álbuns e um split com o Henry Fonda. Power violence sério e negativo com múltiplos vocalistas e um apelo para o sludge, soando como uma mistura de Spazz e Weekend Nachos, e colocando seu nome dentre o power violence britânico. Destaco o álbum The Blues, mas todos merecem uma conferida.

Happy? - Anger EP
Este EP trata-se de um relançamento de um registro histórico do power violence, lançado originalmente em 1993 em uma rara fita cassete, mantendo esta banda californiana praticamente desconhecida até hoje. Se os vocais lhe parecerem familiares, não é impressão sua, quem canta é Dan Lactose, do Spazz, quando a sua banda mais reconhecida ainda estava dando os primeiros passos. Aqui o som é mais para o fastcore cheio de paradas e cadenciadas, lembrando mais o Infest. O EP possui sete faixas, mas a banda disponibilizou outras músicas de ensaios em seu bandcamp. Boa banda que vale ser descoberta.

Hummingbird of Death & Raid Split EP
Neste split o Hummingbird of Death volta às suas origens ultra-velozes, fazendo um fastcore com qualidade e técnica, mas sem deixar de lado suas tendências para o sludge na música que encerra o lado da banda. Do outro lado está o Raid, nova banda que conta com integrantes do Septic Death e faz um competente e honesto hardcore oitentista.

Icko Sicko - Dysphoric EP
Banda nova de Chico, Califórnia, com integrantes do Criminal Wave, que sabe trabalhar bem com a combinação do hardcore intenso e veloz, com momentos mais cadenciados, mas sem chegar a ir para o campo do power violence ou sludge.

Impulse - Backbreaker EP
Banda de Chula Vista, região da Califórnia onde vivem muitos imigrantes mexicanos, que faz um hardcore rápido com alguma pegada de power violence, vocais gritados e com um estilo que deixa claro suas origens chicanas. Assim como os álbuns anteriores, foi lançado pela própria banda no formato digital.
Bandcamp

Liquids - Brandon's In Jail:
Punk rock rapidinho, frenético e altamente empolgante desta banda de Indiana que faz um som simples, com riffs contagiantes, com uma pegada oitentista e que lembra o também excelente Coneheads, com quem tem integrantes em comum e que já dividiram um live split cassete. Além destas fitas, lançaram em 2015 a Mat's Demo. Ambos muito bons.

No Tolerance - You Walk Alone LP
Típico hardcore straight edge raivoso e durão de Boston indo de encontro com o hardcore straight edge de New York, soando mais moderno e agressivo. O som lembra o atual Chain Rank, que possui integrantes em comum.  Pesado, com velocidade e vocais imponentes, este álbum certamente merece uma vaga nesta lista. 

Nothing Clean & La Letra Pequeña Split EP
O Nothing Clean, da Inglaterra, toca um hardcore ultra-veloz e caótico que te deixará desnorteado e sem entender o que ocorreu durante a execução de suas nove músicas. Já o La Letra Pequeña, da Espanha, vem com uma proposta diferente, com um hardcore sujo, mas mais lento e até com certa melodia.

Nurse - Self Titled EP
Apesar de todas hipocrias americanas, não dá pra negar que sua produção contracultural é das mais significativas do mundo. A todo momento surgem milhões de novas bandas e muitas delas realmente boas. Um destes casos é o Nurse, de Atlanta, que faz um punk rock com vocais roucos misturados com uma pegada mais post-punk e executado com energia que ficou muito interessante.

Paranoid - Satyagraha LP
Este é o típico álbum que me faz pensar que dou muita atenção para as vertentes mais rápidas do hardcore e esqueço de ouvir outros subgêneros que, mesmo não sendo tão rápidos, podem ser tão ou mais brutais que muita banda fastcore/power violence. Este é o caso do novo LP do Paranoid, um maravilhoso d-beat sueco emulando o estilo japonês, cheio de ruídos, delay, guitarras metalizadas com direito a pequenos solos, criando uma atmosfera desoladora e claustrofóbica. Muito bom!

PowerxChuck & ANF Split EP
O PowerxChuck definitivamente é uma das melhores bandas de power violence atuais. Os australianos fazem um som pesado e muito bem executado com influências de Spazz, Lack Of Interest, Capitalist Casualties, Hellnation, Crossed Out, Dropdead, entre outros, mas criando uma identidade própria e certamente será uma das influênncias para bandas futuras. Neste EP são nove músicas, incluindo um cover do Dropdead.
Do outro lado do disquinho vem o ANF (Always Never Fun) da Itália que vai mais para o thrashcore, mas neste EP não fugiu muito das influências do power violence e também tem uma sonoridade de qualidade. O lado deles tem sete músicas, com direito à um cover do Infest, fazendo deste split excelente do início ao fim, e sendo necessária a sua reprodução diversas vezes.

Rot - Nowhere EP
Ícones do grindcore nacional e mundial já com 25 anos de história, o Rot dispensa maiores apresentações. Após um bom tempo sem gravar, lançaram este ano pela Absurd Records o excelente EP Nowhere, mostrando a banda ainda em excelente forma, fazendo um grindcore oldschool simples, direto e de qualidade com dois vocais, incluindo o novato Marcolino, do Deadmocracy e Desecration. Eu poderia citar referências para o som da banda, mas isto não se faz necessário, pois o Rot é uma das grandes referências e agradará facilmente quem gosta do bom e velho grindcore. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Alguns bons álbuns de 2015 - Parte I

Pra começar as postagens do ano, deixo aqui a primeira parte da minha lista com alguns dos álbuns de 2015 que me chamaram a atenção. Não vou dizer que estes são os melhores, pois ainda não consegui ouvir alguns dos discos com potencial para entrar, além de ser uma lista baseada apenas no meu (mau) gosto musical.

Alienation - Mini-LP:
Bela banda canadense de Nova Scotia com uma sonoridade simples, direta e rápida, e vocais com reverb. Sua primeira demo foi lançada em 2014 e a segunda em 2015, quando também saiu o seu álbum Mini LP, que inclui um cover de Waste of Time do Youth Brigade.

Cave State - Manferior EP: 
O Cave State, da Califórnia, é mais uma banda que explora a influência de Crossed Out, mas com uma abordagem mais moderna, fazendo um power violence pesado mesclado com sludge, se assemelhando à bandas como Hatred Surge do início, Vile Intent, Suffer e Scapegoat, sem dever em nada para estas e estabelecendo-se como um dos destaques atuais do gênero. Este segundo EP foi lançado pela Deep Six e, pelo que pude perceber, conta com a participação de Andrew Beattie (No Comment, Man Is The Bastard, Low Threat Profile) nos vocais da faixa "Use / Repeat".

Chain Rank - Up Against The Wall LP:
Banda de Boston que só pelo nível das bandas dos seus integrantes, já dá pra ter uma noção do calibre do Chain Rank: No Faith, Preskool Dropouts, Blank Stare, Green Beret, No Tolerance, Social Circkle, entre várias outras. Eles bebem da fonte das bandas locais dos anos 80 e mandam, neste primeiro álbum full, 10 faixas de um hardcore bruto e poderoso com bons riffs e vocais marcantes. Discaço perfeito do início ao fim, que tem tudo para se tornar um clássico.

Chainsaw To The Face - Plague Worship EP: 
Após cinco anos sem lançar álbuns, o Chainsaw To The Face, de New Jersey, soltou este ano o EP Plague Worship, lançado pelo selo da República Tcheca Psychocontrol Records em 7" EP com mais 10 músicas do seu já conhecido grindcore pesado e brutal com fortes doses de power violence e carregado de uma negatividade contagiante, que irá fazer tremer as paredes de seu quarto. Mais um massacre sonoro desta grande banda.

Concussive - Demo:
Da Califórnia, berço do power violence, surge mais uma boa banda e mais um discípulo do Crossed Out. Desta vez é o Concussive que merece atenção com sua demo com oito canções sujas, grosseiras, rápidas e com dois vocais. Também lançaram um split com Bathtub Barracuda este ano.

Despise You - All Your Majestic Bullshit EP:
Mesmo com apenas três músicas, o EP All Your Majestic Bullshit do Despise You não poderia ficar de fora desta lista. O EP mostra o Despise You em grande forma com uma sonoridade que remete às suas origens, tocando com fúria e precisão e incluindo um excelente cover de Drink Positive, do R.K.L.. O lado negativo fica por conta de ser um EP com músicas apenas em um lado, totalizando pouco mais de quatro minutos. A esperança é que 2016 possa trazer mais registros desta magnífica banda.

Disciples of Christ - Demo Cassete:
Depois de já possuir um certo reconhecimento, tanto pela qualidade da banda, quando por ter integrantes em bandas de destaque como Coke Bust, Sick Fix e Magrudergrind, o Disciples of Christ lançou em 2015 uma demo no saudoso e ainda vivo formato de fita cassete com uma gravação bem lo-fi. O resultado ficou ótimo para a proposta da banda, formando, nas 10 músicas que compõem a fita, uma homogênea e densa massa sonora suja e intensa, capaz de agredir os ouvidos mais sensíveis, fruto da perfeita parceria do power violence com o grindcore, passando longe das atuais produções polidas e cristalinas, colocando a banda no panteão da brutalidade hardcoreana.

Extreme Noise Terror - Self Titled LP:
Após 7 anos sem novos LPs, o Extreme Noise Terror, agora com Ben McCrow nos vocais substituindo Phil Vane, falecido em 2011, nos presenteou este ano com um novo álbum com 13 de faixas de pura destruição crustcore de volta às origens!  Não tenho como deixar de fora desta lista. Obrigatório!

Eyesore - Demo:
Banda de Detroit que vem com uma aura "crossedoutiana", fazendo um power violence enraivecido e com gravações cruas e sem uma qualidade apurada, principalmente na demo, que parecem ter sido gravadas de um ensaio no porão, mas que dão um charme a mais e deixam o som com um clima mais sombrio e noventista. Além da Demo, lançaram o EP Vague Expressions em 2015, com direito a um cover dos mestres do Crossed Out, executado com autoridade.

Final Draft & Fissure Split EP:
Split com duas bandas da Califórnia de hardcore rápido com alguma pegada de power violence.

Fucking Invincible - I Hate Myself And Want You To Die EP:
Hardcore rápido e potente de Providence integrado por membros do Dropdead, com traços de power violence e repleto de violência e desesperança. Este mais recente EP foi lançado em dezembro de 2015, mantendo o nível do seu ótimo LP de 2014, e ainda em tempo de entrar para esta lista.

GAG - America's Greatest Hits LP: 
Banda de Washington com uma sonoridade ímpar. Som sem muita velocidade, mais para punk do que hardcore, com certo experimentalismo, vocais esquisitos e com eco. Interessante.