segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Slave

Duo de Birmingham, no Alabama, pouco lembrada mas excelente, principalmente com seu álbum de 2013, que o coloca em um lugar de destaque no mapa do power violence, onde tantas bandas surgem e desaparecem sem grandes méritos para serem lembradas. Eles também lançaram a tape Erode, e um split tape com os canadenses do Obacha, mas sua tape auto intitulada é ideal para quem gosta de encarnações recentes de Infest e Crossed Out, como Abuse., Suffer ou Sea of Shit.

Erode Tape (2012)

Slave Tape (2013)

Judas

Com o intuíto de utilidade pública do blog em compartilhar bandas desconhecidas, trago aqui o Judas, power violence da Califórnia. E a banda não é fraca não, eles sabem fazer um rápido e impiedoso power violence cadenciado por um eficiente sludge, e ainda tem como particularidade uns trechos meio stonner, meio Melvins, meio rockão setentista, bem interessantes, lembrando o que o Backslider iria fazer anos mais tarde. Mas não se assuste, isto é feito principalmente em uma música instrumental, no resto do tempo é apenas um bom e tradicional power violence. 
Apesar do nome um tanto genérico, realmente é uma banda a ser lembrada. 
Lançaram uma demo em 2006 e dois EPs, de 2007 e 2010.

Demo (2006)


Judas EP (2007)

Dictator EP (2010)

Sick Machine

O Sick Machine é mais uma prova da qualidade das bandas de power violence australianas. Em 2013 eles lançaram sua primeira demo e no início de 2015 o EP Muzzled, mas foi no EP Suicide Pill que mostraram do que realmente são capazes. Power violence grosseiro, negativo e sombrio para os órfãos do Suffer. A gravação sem qualidade refinada, que parece feita diretamente de um ensaio só contribui para o tipo de som que a banda faz, mostrando mais fielmente a sua essência.

Demo (2013)

Muzzled EP (2015)

Suicide Pill EP (2015)


Trembling Hands - Demo

Power violence obscuro americano que lembra muito o Iron Lung, mas esta, aparentemente, é californiana e sem qualquer ligação, além da influência. O único registro deixado foi esta demo em CDr/tape. Um dos seus integrantes também fez parte do Permanent Ruin. 

Demo (2012)

Disputa

Eu já conhecia o Disputa, de Santiago, pela sua participação no split com o Tiempo Crucial e pelo registro ao vivo Amor y Materialismo Dialectico, mas a banda me surpreendeu mesmo no disco Ontologia de la Violencia, de 2012, com um som maduro e feroz, com letras sérias e inteligentes, cantadas por dois vocais com forte influência crust. Para mim é um dos melhores álbuns do power violence chileno.

Amor y Materialismo Dialectico (2009)

Tiempo Crucial & Disputa Split EP (2009)

Ontologia de La Violencia (2012)

Low Threat Profile


O Low Threat Profile trata-se de um time de craques do power violence/fastcore, sendo composto por membros de três das melhores bandas de todos os tempos: Infest, Lack of Interest e No comment! O trio é formado por Andy Beattie (No Comment/Man Is The Bastard) no vocal, Matt Domino (Infest/Neanderthal) na guitarra e Bob (Lack of Interest) na bateria. A combinação destes três monstros não poderia resultar em outra coisa senão um excelente power violence/fastcore nos moldes de suas bandas anteriores.

Mas o Low Threat Profile não é novidade, eles iniciaram na California em 1996 e participaram das coletâneas Reality Part #4 CD/LP (2002 - Deep Six), California Thrash Demolition CD (2004 - 625 Thrash) e Socal Thrash Demolition 7" (2004 - 625 Thrash), mas foi preciso mais de uma década para este registro, cuja gravação foi feita no início dos anos 2000, visse a luz do dia neste EP lançado pela Draw Blank e Deep Six, selos de Matt e Bob, respectivamente. São onze disparos em menos de 5 minutos, sendo que apenas uma passa de 1 minuto.

No mesmo ano e também pelos mesmos selos saiu o primeiro e único LP deles, também conhecido como Product Number 2. Mais uma perfeição em forma de LP, com músicas gravadas em 2000 e vocais em 2010.

Seu último EP, Product Numer 3, de 2014, tem uma nova formação, com Matt nas guitarras e vocais, Chris Dodge no baixo e Bob na bateria e com gravação mais recente, entre 2010 e 2011. Matt, que já havia cantado no Manpig se mostra um bom vocalista, embora eu considere Andy um dos melhores vocalistas do hardcore.

Product Number One EP (2010)

Product Number Two LP (2010)

Product Number Three EP (2014)

Vile Intent


De Montreal vem o Vile Intent, banda que segue à risca a cartilha "CrossedOutiana" com cavalares doses "sludgeanas", eles vão de pesados e lentos riffs até o extremo da velocidade com uma intensidade e perícia admirável. Na primeira demo, lançada em 2008 em cassete pela Where's That Deerhead? Cassettes, embora a qualidade de gravação não seja tão boa, já se identifica o poder devastador desta banda nas seis faixas que compõem o lado A da fita, enquanto no lado B se encontra uma faixa de 11 minutos de ruído. Em seguida, em outra tape, MMX, de 2010, a gravação ainda é mais pobre, mas é também em 2010 que a banda lança pela Choking Hazard o 7'' "Shadow Of The Skull", este sim, com uma qualidade muito boa e com a combinação perfeita de raiva, velocidade e peso, colocando a banda definitivamente em destaque. São sete faixas, incluindo algumas regravações da demo. 
Os EPs seguintes, Regression To The Mean (2011) e Skin In The Game (2012) seguem na mesma pegada. Seu último registro foi o LP Machine Into Flesh. Aqui, o Vile Intent segue com o seu característico power violence cheio de quebras de ritmo, sludge e um hardcore furioso com letras críticas e negativas à respeito da humanidade e,  neste registro em especial, tratando dos impacto da tecnologia em nossas vidas. Um grande álbum que mantém a chama do power violence acesa. Ideal para quem gosta de Suffer, Sea of Shit, Scapegoat e Hatred Surge.

Demo Cassete (2008)


MMX Cassete (2010)

Shadow Of The Skull 7" (2010)




Regression to the mean 7'' (2011)

Skin in the Game 7" (2013)

Machine Into Flesh LP (2015)

Site

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Links Corrigidos - Links Fixed

Todos - ou quase - links foram corrigidos. Se encontrar algum que esteja inativo, me avise. Logo mais novas postagens.

domingo, 21 de outubro de 2018

No Violence


O No Violence, certamente foi uma das mais importantes e influentes bandas de hardcore brasileiras, sendo, inclusive, umas das primeiras a fazer um som mais voltado ao fastcore/thrashcore. A banda foi formada em abril de 1989 com Ruy Fernando (vocal), Fabio Cursio (guitarra), Luis (bateria) e Jefferson (baixo). A ideia inicial era fazer algo influenciado pelo grindcore e o hardcore inglês.

Jefferson logo saiu da banda, dando lugar a André Luis, que trouxe mais influências do hardcore americano, como DRI e Cryptic Slaughter. Com algumas mudanças na formação a banda foi perdendo a velocidade e indo em direção ao crossover, o que acabou não agradando aos integrantes que logo voltaram ao hardcore.

Never Give It Up Demo
Em fevereiro de 1992 gravam sua primeira demo tape, a Nothing Has Changed, com 22 músicas. Como não gostaram do resultado, regravaram 13 músicas desta na demo Never Give It Up, em outubro de 1992, que tinha ao total, 18 músicas.
Download


V.A. - São Paulo Hardcore
Em 1993, gravaram as 4 músicas para a coletânea "São Paulo Hardcore", que foi lançada em 1994 em LP,  pela Devil Discos. A coletânea tinha também as bandas Lethal Charge, Muzzarellas, Intense Manner Of Living e Kangaroos In Tilt. As músicas não agradaram muito à banda, por terem ficado mais lentas que a banda costumava tocar, ainda assim, considero boas músicas, aliando o hardcore oldschool com certa melodia, e com uma pequena dose de grindcore, como faria em vários de seus registros. Ainda com espaço para o fastcore em Attitude Problem e contando a clássica Never Give It Up.


Social Justice 7" EP
Ainda em 1993 gravaram os 8 sons para o EP Social Justice, lançado pelo selo americano Sound Pollution. O resultado foi muito bom, mostrando bem a velocidade da banda. O EP teve prensagem de 1000 cópias e atulamente é bastante difícil de ser encontrado, até mesmo em MP3. Boas músicas de um hardcore rápido e competente, incluindo a primeira música da banda, No Violence, quando o grindcore era mais presente no seu som.


No Violence - X-Acto Split 7" EP
No fim de 1994 foram gravadas 4 músicas para o split com a banda portuguesa X-Acto, que foi lançado em 1996, em CD, pelo selo Our Voice Records, de Ruy. Aqui há o hardcore rápido, mas vai mais de encontro com bandas oldschool como Minor Threat e 7 Seconds.
Em 1995, após mais mudanças na formação, Silvana entra e a banda passa a ter dois vocais. Assim, gravam a demo To Whom It May Concern. Logo após, Silvana deixa a banda.


Consensus
No fim de 1998 e início de 1999 gravam as músicas para o seu primeiro CD, Consensus, que foi lançado em 2000 pela Cospe Fogo Gravações, limitado a 1000 cópias. O CD, com 16 músicas, mostra algumas músicas mais cadenciadas ao estilo Hardcore Youth Crew, outras mais rápidas, claramente influenciadas pelo hardcore inglês de Heresy, Intense Degree e Ripcord. Inclusive fazem um cover de Folow Suit, do Heresy. Ainda há algo de grind e um cover escondido do Cólera.


Abuso Sonoro - No Violence Split 7" EP
Em 1999, Tatiana do Infect (que também passou pelo I Shot Cyrus) entra para ser a baixista e também entra André, do Self Conviction, como segundo guitarrista.  Assim, em 2001, gravam as 3 músicas para o split EP com o Abuso Sonoso, que saiu pelos selos 2+2=5 e Luna Records, limitado a 1000 cópias. Estas músicas também sairam em uma coletânea francesa chamada Take No Heroes. Nestas músicas, a banda apresenta um bom fastcore, ainda com alguma influência do grindcore em Deus Consumo.


Queime Hollywood, Queime CDr
Por volta desta época, Ruy fez parte da primeira formação do Bandanos. Com mais mudanças na formação, gravam, em julho de 2003 o CDr Queime, Hollywood, Queime, com 5 músicas. A formação na época era Ruy (vocal), Ricardinho (bateria), Tatiana (baixo) Daniel e Fernando (guitarra).

Invencível CD/LP
Em 2004, sai o CD Invencível, pela Cospe Fogo. Nele a banda mostra a sua face mais fastcore, com músicas rápidas e curtas. 17 músicas em pouco mais de 14 minutos, com direito a um cover do Intense Degree, além das já lançadas no Queime Hollywood, Queime e a antiga e clássica Never Give It Up!, em uma versão mais moderna e agressiva. Músicas muito bem executadas no melhor do estilo britânico de se tocar hardcore. As letras, como sempre, assim como o som, são excelentes e merecem ser conferidas. Pra mim, um dos melhores álbuns do hardcore nacional.

Este foi o último álbum da banda, que terminou no início de 2005, mas mora nos nossos corações, como uma das primeiras, se não a primeira banda nacional a fazer algo de encontro ao fastcore. Além disso, o No Violence é interessante por não se limitar a um estilo específico e também pelas letras politizadas e inteligentes, sempre trazendo comentários pertinentes a respeito das mesmas nos encartes dos álbuns. Tratam de temas sérios e importantes de uma forma que não podemos ficar indiferentes, sem soarem clichês ou limitarem-se a apenas falar mal de tudo. Recomendo fortemente o No Violence a todos, tanto pelo som, quanto pelas letras. 

Novos Links

Antes que o Brasil acabe, quero corrigir os links inativos. Estou fazendo os uploads aos poucos, mas caso alguém tenha interesse em baixar logo algo que está inativo, me avise que anteciparei o link.

domingo, 8 de julho de 2018

D.D.A.


D.D.A. é um trio de power violence de Houston, Texas. Ideal para quem gosta de Knuckle Scraper e Hatred Surge do começo.

Reyerta


Reyerta é uma banda de Singapura com uma história interessante, formada em 2017 por integrantes filipinos e espanhóis que trabalham por lá, o que explica o nome da banda e a maioria das letras serem cantadas em espanhol e algumas em filipino. Eles tem dois álbuns lançados em tape em colaboração com os selos  Delusion of Terror (Filipinas), Azadghei Records (Singapura), I Feel Good Records (França) e Desfiladero Records (Espanha), já tendo tocado, além do país onde vivem, na Malásia e Filipinas. Atualmente a banda se encontra parada, mas com planos para retomar no futuro.

Quanto ao som da banda, une influências do fastcore, crust e power violence, com vocais masculinos e femininos.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Alguns bons discos de 2017

Chegou a hora da esperada e tradicional postagem dos favoritos do ano anterior e, como de costume, já quase perto da metade do ano seguinte. A quantidade de discos pra ouvir, problemas hospitalares e falta de ânimo contribuíram para este atraso. Alguns álbuns provavelmente poderiam entrar para a lista, mas não tive acesso à todos os lançamentos. E, como sempre, a lista é baseada no meu gosto, o que abrange principalmente hardcore e dos rápidos.

ACxDC & Goolagoon Split EP

ACxDC, que todos já conhecem, divide este split com a recente Goolagoon, diretamente da fenda do biquini de Boston e se nota que a principal influência é do Scholastic Deth, tanto que mandam um belo cover de Book Attack. O vocal de Lily lembra bastante o de Max Ward, mas também há um outro vocal cavernoso e uma levada um pouco mais power violence.

ArnøxDuebel & Disparo! Split EP

De um lado temos o Disparo, fastcore com vocais agudos da Austrália, influenciado por Infest, Limp Wrist e Punch que vêm lançando bastante álbuns recentemente. Do outro,  ArnøxDuebel, power violence com dois vocais para quem gosta de Spazz, da Alemanha.  

Butcher - Self Titled Tape

O Butcher, do Canadá, toca um grind com boa influência de power violence, de forma suja, crua e primitiva. São oito sons em pouco mais de três minutos neste primeiro registro.

Crutch & Pavel Chekov Split Tape

Split com duas bandas que retornam este ano, o Crutch, de Oklahoma e Pavel Chekov do Texas. Ambas ótimas bandas que aplicam um consistente fastcore / power violence. 

D.E.R. - Rancor EP

O D.E.R. sabe muito bem como adicionar influências mais técnicas do death metal sem se tornar cansativo ou perder a brutalidade do grind, e sem fugir dos ideais do punk. O EP Rancor é um álbum cuja temática é carregada de raiva e desesperança em relação à opressão ainda sofrida pelas populações negras. São seis faixas tocadas com precisão por músicos excelentes.

Depraved & Scum Human Split EP

Split rapidíssimo com duas bandas que já apareceram por aqui na lista passada. O Depraved, que não foge às suas raízes do power violence californiano de um lado, enquanto no outro vem os canadenses do Scum Human.

Despise You & Coke Bust Split EP

Split com bandas de duas gerações distintas, mas ambas com suas características inconfundíveis e que podem ser consideradas clássicas dentro do hardcore americano. O Despise You com seu pesado e metalizado power violence e o Coke Bust com um hardcore fast cheio de energia.

Disciples of Christ - Parched Dredge EP

O trio de discípulos de Cristo de Washington já é meio que uma unanimidade aqui no blog - ou seja, pra mim mesmo - com um grindcore/power violence que é uma verdadeira surra, com a presença de Chris Moore - do Coke Bust, ex-Magrudergrind e na nova formação do Repulsion - dando uma aula na bateria, mas os outros integrantes, que fazem parte do Genocide Pact, mantém o alto nivel. O EP contém seis curtas e destruidoras músicas e é parada obrigatória para quem gosta da banda.

Endless Swarm & Forged Split EP

O Endless Swarm é de Edinburgh, na Escócia, e seu som é calcado no power violence com algo de grindcore, lembrando o Gets Worse. Já o Forged, mostra mais um bom lançamento em um ano em que ainda saiu um EP e um 3-way split.

Escørt - Demo

O Escørt, de Olympia, Washington, ‎lançou em 2017 sua primeira demo, com cinco músicas de um excelente e empolgante hardcore-punk direto e simples com vocais roucos e alguns solos rápidos de guitarra, que me lembraram do G.L.O.S.S., também de Olympia. 

Exit Unit - Exit Unit EP

Este EP é uma boa amostra para quem gostaria de ouvir um disco novo com a formação atual do Infest, já que o Exit Unit é composto por 3/4 da banda. O trio que participou ativamente do nascimento do power violence, é formado por Joe Denunzio (Infest, Neanderthal) no vocal, Matt Domino (Infest, Manpig, Neanderthal, Low Threat Profile) na guitarra e baixo e Bob Kasitz (Infest, Low Threat Profile, Lack of Interest, To the Point e Burn Your Bridges) na bateria. A gravação ocorreu em 2011 e 2015 e, se não me engano, foi o primeiro álbum com Denunzio nos vocais desde o No Man's Slave, do Infest. Saiu pela Deep Six, de Bob e Draw Blank, de Matt.
No som não há novidades, remetendo ao Infest e Lack of Interest, finalizando o EP ao estilo do Infest, com uma faixa instrumental longa e arrastada. Não tem como não entrar na lista.

Fractured - Recognized By Failure EP

O Fractured é mais uma daquelas bandas do pessoal das bandas clássicas do power violence californiano. Aqui estão Bob, cujo currículo já foi citado na descrição do Exit Unit, Kevin Fetus (Lack of Interest, To The Point) e Hans Steele, do False Negative. Para quem gosta de Infest, Lack of Interest e No Comment.

Gas Chamber & Disciples of Christ Split EP


O Gas Chamber, de Buffalo, conta com membros com passagens por várias bandas relevantes do hardcore, como They Live, Running For Cover, Slave State, Dead Languages, e tem uma sonoridade com elementos do hardcore, noise e power violence, mas de forma única e experimental, contrastando a agressividade com passagens com certa melodia, lembrando algo do Man Is The Bastard e do próprio Running for Cover, que já tinha um som similar, mas evoluiu em termos de experimentalismo das músicas no Gas Chamber. O  Disciples of Christ já foi apresentado anteriormente e mantém sua pegada destrutiva em mais este EP.

Hummingbird of Death - Forbidden Techniques LP

Mais um discaço do trio de Boise, que sabe como poucos aplicar um fastcore com bases ultra velozes e executados com técnica invejável. Eles já haviam lançado o EP Fastcore Forever, com gravações caseiras e cruas em 2017. Já em Forbidden Techniques, lançado pela To Live A Lie, a banda parece evoluir em termos técnicos, com bases mais complexas, exigindo grande precisão dos músicos, mas mantendo a identidade sonora fastcore da banda, o que é o mais importante. O disco ainda tem uma bela arte de capa feita por Lucas Korte, do xBrainiax. Lançamento imperdível.

Intruder - Demo

Formada por integrantes do Forged, a banda californiana toca um hardcore / power violence rápido e bruto recordando Infest e Crossed Out.

Johny Foxter - Self Titled 

Nova banda da República Tcheca que toca um fastcore com algo de power violence na veia de bandas como Charles Bronson e Fatal Nunchaku, com direito a títulos de músicas infinitos e engraçados, que devem ser boa parte da letra da música. 

Limp Wrist - Facades LP

Após nove anos desde seu lançamento anterior, o Limp Wrist retorna com sua fúria em um momento onde é necessário reagir ao crescente conservadorismo, nacionalismo, homofobia e todo tipo de preconceito pelo qual o mundo tem vivido atualmete. As últimas três faixas destoam bastante do restante do álbum e da discografia da banda, sendo músicas eletrônicas mais dançantes. Mesmo torcendo o nariz para estas músicas, o disco mostra a qualidade habitual da banda que a tornou referência nas oito faixas iniciais e merece ser citado como um dos grandes destaques do ano. Além da bela capa, o disco vem com um grosso encarte com letras e artes.

Los Caidos - No 10"

Banda de hardcore/fastcore argentina que tem o hábito de desperdiçar um lado dos discos. Assim foi no flexi EP e agora em um 10" com poucos minutos em apenas um dos lados. Talvez não valha a pena comprar o disco, mas as músicas presentes valem o download e alguns repeats.

Lugubrious Children - Oblivion EP

Mais um bom EP desta excelente banda de Leeds, que certamente não entrará no esquecimento. São dez faixas de alto nível de violência sonora.

MarxBros & Travolta Split LP

Se algum desavisado ouvir os primeiros segundos do MarxBros logo irá perceber algo familiar. O motivo é se tratar da nova banda de Paul e Olav, do Lärm e Seein Red, seguindo bem a sonoridade das antigas bandas. Para completar a formação, o baixo foi gravado pelo onipresente  Chris Dodge. O outro lado, tocado pelos belgas do Travolta, mantém a velocidade e, naturalmente, ideias anti-capitalistas em um fast hardcore/crust.

Mondo Gecko - Sick,  Twisted,  Psycho, Deranged

A banda israelense soltou mais um disco com 18 rápidas e bem executadas músicas de hardcore e thrashcore cantadas em inglês, denotando sua já conhecida qualidade.

No Faith - Forced Subservience LP

Segundo LP, agora lançado pela Iron Lung Records, desta poderosa banda de power violence de Massachusetts, com integrantes de bandas como Vaccine, Black Army Jacket e Discordance Axis.
São 23 furiosas canções de power violence, com elementos de sludge e ruídos power eletronics. A gravação e mixagem ficou a cargo de Will Killingsworth, que também é o responsável pelos ruídos e vocais da banda.

Nothing Clean & Art of The Burning Water Split EP


O Nothing Clean é mais uma presença constante nas minhas listas e segue com seu som caótico e urgente, absolutamente aniquilador. Do outro lado, vem o Art Of The Burning Water, também da Inglaterra e com membros do Beg, com uma pegada mais fast/crust/grind e ainda mandam um cover de Negative Approach. 

Odio - Ancora 12'' EP

Segundo EP, agora em 12", do Odio, banda americana de Oakland mas, por seu nome e algumas letras em italiano, parece uma banda italiano, porém emulando um hardcore-punk/d-beat/noise ao melhor estilo japonês com um vocal que dá sentido ao nome da banda. Lançado pelo selo italiano Agipunk e com destaque também para a bela arte da capa feita pelo Sugi.

Ona Snop & Chinsniffer Split EP

Mais cinco faixas do colorido e violento power violence dos ingleses do Ona Snop, para quem gosta de Spazz, Lugubrious Children e Afternoon Gentlemen. Já o Chinsniffer é de Liverpool e faz um power violence cheio de ruídos eletrônicos e sem guitarra, provavelmente inspirado em Man Is The Bastard/Bastard Noise.

Oxidant - Deconstruct EP

Nova banda de Michael Gifford, do Slave State,  Running For Cover, Gas Chamber e Resist Control. No baixo está Will Buttler, do No Comply e proprietário do selo To Live A Lie, que lançou o EP. A banda tem vocais femininos em um fastcore / power violence com muita intensidade e agressividade.

Sidetracked - God's America Split EP

O Sidetracked lançou uma série de CDs em 2017, mas todos com músicas curtíssimas de poucos segundos. O que mais me chamou a atenção foi o split com o God's America, em que a banda toca seu conhecido fast/thrashcore com muitas quebras de ritmo lembrando xBrainiax e No Comment. O God's America, por sua vez, vem com uma longa música, que se arrasta por quase sete minutos de agonia e desespero.

Stimulant -  Self Titled  EP

Primeiro disco do duo de New York,  que integravam o Water Torture. A banda mantém uma proposta influenciada pelo power violence e noise, mas, particularmente, vejo uma evolução no Stimulant em relação a velocidade e peso, por conta da guitarra, que substitui o baixo  predominante da banda anterior. 

Tarantüla - Weird Tales Of Radiation And Hate EP

Para quem estava com saudade do hardcore punk sujo e degenerado do Cülo, seus integrantes estão com uma nova banda, a Tarantüla, com sonoridade similar, mas alguma pegada mais dark/post-punk. Capa com os habituais e sujos desenhos de Drugface, membro da banda.

Terminal Nation - Absolute Control EP

O Terminal Nation, do Arkansas, toca um hardcore com forte influência do power violence e vocais que lembram os de Joe Denunzio, do Infest. Boa banda, para quem gosta de coisas como Infest e Weekend Nachos.

Assim encerra a lista e agora posso iniciar meu novo projeto: uma grande lista de discos de hardcore essenciais, que espero começar logo e ir postando aos poucos.